Nosso Senhor Jesus, desde o início de seu ministério, profetizava sobre sua morte e ressurreição. “Destruam este templo, e eu o levantarei em três dias” (Jo 2.19), disse ele após ser indagado pelos judeus quanto a uma prova de sua autoridade para purificar o santuário profanado por eles. Os discípulos presentes acharam ser o templo físico, mas o próprio Evangelista diz que “o templo do qual ele falava era o seu corpo” (v.21). Mesmo quando falou explicitamente (Mc 9.30-32), os discípulos não entenderam, vindo a crer apenas depois. A ressurreição era um enorme mistério a judeus e gregos e até hoje permanece um enigma em nossa mente humana. O entendimento natural da vida nos leva a concluir que a morte é a sua linha definitiva, o encerramento de nossa trajetória, onde o suspirar se encerra e o corpo padece em decadência. A crença de que um corpo maltrapilho não se corrompeu após três dias sepultado e ressuscitou plenamente renovado é um absurdo a nossa razão, mas é por isso qu
Iconoclasmo bizantino, Saltério Chludov, Séc. IX O período medieval é tido por muitos protestantes apenas como a época obscura onde a Igreja se corrompeu e perdeu a verdade que haveria de ser resgatada na Reforma. Com certeza, muitas superstições surgiram ao longo dos séculos mas a verdade não estava completamente perdida e nem tudo deve ser descartado, como também nem todas as práticas detinham universal aprovação. Dentre as mais contestadas pelos reformadores está a veneração de imagens , o ato de pintar imagens que representem santos, anjos ou o próprio Cristo e honrá-las com devoção, sob a defesa de que a veneração se dirige primariamente ao que é representado e não a imagem em si. Segundo João Damasceno (675-749) , defensor dos ícones no século VIII, “Dê a elas [as representações] toda a persistência da gravura e da cor. Não tenha medo ou ansiedade; nem toda veneração é igual (…) Adorar é uma coisa, veneração é outra. Há diferentes graus de adoração” [1] Nem todos, porém, concord